21 de abril de 2005

Das coisas que gosto… em tom de resposta

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro querias ser?

A “Ponte para a eternidade” do Richard Bach. Não sei bem explicar o porquê, mas acho que todos temos um livro ou outro que nos marcou. Se hoje o lê-se… se calhar estaria a perguntar-me o porquê da minha escolha.
Talvez o escolha porque a ideia que me resta é que descreve um alguém despreocupado, apaixonado e que gosta de voar.


Já alguma vez ficaste apanhadinho(a) por uma personagem de ficção?

Acho que não… apanhadinha, não. Mas acho que nos livros me deixo apanhar mais facilmente por mulheres. Seduzem-me mais talvez porque me identifico com algumas coisas, admiro outras talvez.


Lembro-me do livro “Shangai Baby” da Wei Hui que adoro e que me causou uma emoção brutal... mas não sei até que ponto a admirava, nem tão pouco até que ponto isso é ficção. Mas é um livro de eleição daqueles que lês em horas, que queres falar dele o tempo todo, que queres mostrar a toda a gente; daqueles que choras na terceira página sem dares por isso e guardas na tua prateleira como se de uma pequena riqueza se tratasse.


E...lembro-me do “Sex and the City” de Candace Bushnell que tem aquele humor cortante e aquele espírito cosmopolita com o qual gosto de me misturar.


Qual o último livro que compraste?

Comprei ”Um longo domingo de noivado” de Sébastien Japrisot ainda antes de ver o filme porque achava que me ia apaixonar. A verdade é que ainda não li o livro. Depois deste, acho que ainda comprei, para oferecer, o “Livro de mágoas” da Florbela Espanca (essa obra magnífica).


Qual o último livro que leste?

”Livro de Crónicas” do Lobo Antunes em versão reduzida da Fnac (porque não tinha dinheiro para a edição normal, lamento). Com especial destaque para a carta de amor (uma das cartas de amor mais bonitas que li até hoje) e aos domingos (a descrição mais brejeira e simplória do que poderia ser os meus domingos se tivesse 49 anos, dois filhos, um Seat Ibiza e um fato de treino roxo e verde para passear aos domingos no Amoreiras).


Simultaneamente “Terra de Neve” do Yasunani Kiawabata (espero que seja assim o nome)… um pequenino livro, um romance, com aquela sedução característica dos meninos de olhos em bico.


Que livro estás a ler?

”Viver para contá-la” do meu tão e sempre Gabriel Garcia Marquez. Finalmente tomei coragem de enfrentar aquelas páginas, com a vontade e desejo de não acabá-las… esse sim… consegue seduzir-me e é bem real.


O que ficou a meio… e a passos largos para assim permanecer mais algum tempo: o “Equador” do não tão desejado Miguel Sousa Tavares (não conheço a obra dele, não critico, não tive vontade sequer de levar o livro até ao fim)


Que livros (cinco) levarias para uma ilha deserta?
Não gosto da pergunta… Não gosto de ilhas desertas… Não quero eleger um livro ou dois ou cinco… Arght!


1. “O medo” de Al Berto porque sim. Se querem mais pormenores leiam!
2. A obra completa das “Brumas de Avalon” (e isto conta como um que se lixe) de Marion Zimmer Bradley porque nunca li e acho que gostaria de ler e até já tentei e não consegui… odeio livros em catadupa… gosto do início e do fim, nem que para isso tenha 1000 páginas.
3. Um livro de poemas de Fernando Pessoa com muito Alberto Caeiro para sentir a vida como um malmequer e para acreditar nas coisas mesmo sem as ver.
4. “Para além do bem e do mal” de Nietzsche porque é um livro magnifico mas que nos obriga a ler com atenção, a ler nas entrelinhas… demora tempo a mastigar, a engolir a pouco e pouco… a reflectir sobre ele… gostava de reler e acho que numa ilha deserta teria tempo para isso.
5. “Prosa Completa” de Woody Allen. Nunca li mas consigo imaginar que me ia ser útil numa aborrecida ilha deserta.


A quem vais passar este testemunho (três pessoas) e porquê?

À Fred porque é a única que sei que tem um blog.
Ao Rikarde porque sei que vê o meu blog.
Ao Atlântico que não sei quem é mas comentou um post no meu blog.

Já agora em tom de despedida... recomendo Milan Kundera… sem escolher o livro porque todos têm algo de especial. Talvez um destaque para “A Lentidão” que nos obriga a pensar na vida mais devagar.

0 diz que dizem: