Gosto quando as noites acabam assim. Gosto como começam. O chegar a casa, o vestir o pijama e enrolar-me no meu robe novo (que os meus pais me deram no Natal e é branco, com uns ursos pendurados em luas e é de pelo, daquele polar, quentinho). Depois, na cozinha preparar um jantar meio inventado, jantar no quarto, sozinha (porque na função pública chegamos a casa antes da malta estudante) e ficar a ver qualquer coisa na TV, daquelas absurdas que me estupidificam.
A primeira pessoa chegar a casa, voltar à cozinha e puxar um banco e essa pessoa fazer o mesmo. E chega uma segunda pessoa: dirige-se automaticamente para a cozinha, puxa um banco e a conversa. A terceira pessoa não tarda, junto com a quarta (há sempre duas pessoas que vêm em conjunto, ou porque saíram juntas, ou porque se encontraram na rua, ou outro porque qualquer) e ambas seguem o ritual, do banco, da conversa... Normalmente somos só quatro ou cinco (e ainda bem na nossa cozinha só existem cinco bancos bem contadinhos)
O tempo vai passando, à mesma velocidade de sempre, aquele bater de ponteiros dos segundos constante, mas nós nem damos por ele. Sentados, dispersos, em palavras, risos estridentes, lemos os classificados, bebemos copos de água em silêncio para ouvir o barulho do primeiro gole, construímos histórias e relembramos outras passadas, partilhamo-nos... e acabamos por abandonar a cozinha, um a um.
Atraímo-nos... até uma noite próxima.
17 de janeiro de 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 diz que dizem:
ainda andas nisso?! só te faz mal...
Ainda ando nisso? No quê?
Coisas repetidas não é mau sinal.. mau sinal é cair no hábito e na monotonia.
Gosto quando as coisas se mantém. Gosto das boas amizades e dos bons costumes.
Enviar um comentário